Decisão assinada pelo juiz Luís Gustavo Alcalde Pinto também manteve preso o caseiro Benigno Queiroz Sales, apontado como autor do crime. Francisco Campos Barbosa foi achado morto no dia 27 de novembro do ano passado no interior do estado.
A Vara Criminal da comarca de Xapuri, no interior do Acre, manteve a prisão preventiva de Risonete Borges Monteiro e Benigno Queiroz Sales, que viraram réus pela morte de Francisco Campos Barbosa, mais conhecido como Chico Abreu. Risonete é apontada como mandante e teria encomendado a morte de Chico Abreu para ficar com o dinheiro dele, enquanto Sales teria sido o executor do crime.
A decisão assinada pelo juiz Luís Gustavo Alcalde Pinto apontou que o caso cumpre todos os requisitos para a manutenção da prisão preventiva, e ressaltou a suposta periculosidade dos envolvidos, caso tenham sido os autores do crime.
“No presente caso, a prisão preventiva dos acusados se deve pela gravidade do delito supostamente praticado pelos acusados, o que vem revelar a periculosidade deste, justificando a sua segregação do meio social ante a clara possibilidade de que, com outra conduta sua, venha gerar instabilidade à ordem pública”, diz.
Crime
Chico Abreu foi achado morto em um ramal na divisa do município de Xapuri e Epitaciolândia, no interior do Acre, no dia 27 de novembro de 2022. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), onde foi constatado que Barbosa foi morto com um tiro nas costas e também foi enforcado.
O suspeito, Benigno Queiroz Sales, de 36 anos, conhecido como ‘Banana’, foi preso ainda na segunda-feira (28) em Epitaciolândia. O delegado Luis Tonini informou que algumas informações apontavam que ele estava armado em uma área de mata e a Polícia Militar foi acionada.
O homem foi preso sem arma, mas depois indicou onde estava escondida a arma do crime. Ele também confessou e disse ao delegado que matou a vítima para se defender.
Em dezembro daquele ano, a Polícia Civil prendeu a mulher de Chico Abreu por ter tramado a morte do companheiro junto com Benigno Sales, que já havia sido preso em flagrante. As prisões foram solicitadas pelo delegado de Xapuri, Gustavo Neves, no Inquérito que investiga a prática do crime de homicídio qualificado mediante pagamento ou promessa de recompensa.
Segundo as investigações, a ex planejou a morte e mandou matar a vítima porque que teria vultuosa quantidade de dinheiro em casa. Após sua morte, o valor seria dividido igualmente entre a mandante e o executor.
A dupla foi transferida para o Complexo Penitenciário Francisco Oliveira em Rio Branco. “Segundo informações, a vítima teria vultuosa quantia de dinheiro guardada em casa e a esposa, sabendo disso, convidou o caseiro da colônia para que ele roubasse esse valor com ela. O caseiro ficou incumbido de matar a vítima e depois levar o dinheiro que seria dividido em partes iguais entre a esposa da vítima e o caseiro”, explicou o delegado.
Denúncia
Em janeiro de 2023, a Vara Criminal de Xapuri aceitou denúncia contra a dupla, que passou a responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por roubo com uso de arma de fogo. Benigno Queiroz Sales, conhecido como ‘Banana’, foi preso no dia 28 de novembro de 2022, em Epitaciolândia e Risonete no dia 1 de dezembro do ano passado.
A investigação apontou que cerca de 15 dias antes do crime, a vítima havia fechado um negócio pelo qual teria recebido o valor de R$ 16 mil. De posse dessa informação, os acusados teriam decidido matar e roubar a vítima, dividindo entre eles a quantia.
Após ajustarem o plano, Risonete foi para Rio Branco para que Benigno Sales ficasse a sós com Francisco para matá-lo. No dia do crime, o acusado bebeu com a vítima, pois assim “ficava mais fácil puxar da boca dele onde estava o dinheiro”. Mas, ainda conforme o MP-AC, durante a conversa, a vítima desconfiou que seria roubada e saiu correndo em direção a um milharal. Nesse momento, o acusado pegou a espingarda da própria vítima e efetuou um disparo, que acertou as costas de Chico Abreu. Mesmo ferido, o colono ainda conseguiu correr por cerca de 200 metros, mas caiu ao chão.
Com a vítima caída, o acusado se aproximou e começou a enforcá-lo, enquanto perguntava onde ele tinha escondido o dinheiro e que sua mulher tinha contado que estava na casa.
A denúncia aponta que a vítima chegou a dizer que o dinheiro estaria guardado no quarto de Risonete, que ficava trancado com a chave embaixo de uma lata de tinta. Após matar Francisco, o acusado deixou o corpo da vítima no milharal e foi procurar pela suposta quantia em dinheiro. No entanto, não achou a referida quantia e, então, saiu levando a arma de fogo, uma motocicleta e outros pertences pessoais da vítima.
Por: G1/AC