Gerando empregos, renda, energia renovável, desenvolvimento e preservação ambiental. A cultura abastece a produção de biocombustíveis na Região Norte e será a matéria-prima principal para o combustível sustentável de aviação (SAF) e o diesel verde (HVO)
Um ciclo virtuoso está gerando segurança energética, desenvolvimento e preservação ambiental em áreas da Amazônia brasileira. Encabeçada pela Brasil BioFuels (BBF), a produção de óleo de palma na Região Norte do país dá origem a biocombustíveis renováveis para substituir os combustíveis fósseis, além de recuperar áreas degradadas e criar milhares de empregos e prosperidade para os municípios locais.
Brasileira, a empresa atua no agronegócio sustentável. As operações começam no cultivo sustentável da palma de óleo e incluem trading do óleo de palma, produção de biocombustíveis e geração de energia renovável. As atividades da BBF tiveram início em 2008, ano seguinte ao Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo realizado pelo Governo Federal, por meio do decreto 7.172.
Desde que foi fundada, a companhia atua estritamente dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação que não permite a abertura de novas terras. Assim, o plantio pode ser feito somente nas áreas degradadas mapeadas até dezembro de 2007 em robusto estudo conduzido pela EMBRAPA.
Atualmente, a empresa cultiva a palma de óleo em cerca de 68 mil hectares de terras nos Estados do Pará e Roraima. A BBF transforma a matéria-prima colhida no campo em biocombustíveis para abastecer suas 25 usinas termelétricas em operação na Região Norte. Desse modo, a BBF promove a redução de gases poluentes na Floresta Amazônica – mitigando efeitos como a chuva ácida na região e a poluição da atmosfera – e ainda gera mais de 6 mil empregos diretos e mais de 18 mil indiretos.
A produção de óleo de palma da BBF atinge 200 mil toneladas anualmente. Boa parte desta produção é utilizada como matéria-prima para produção de biodiesel. A Companhia produz mais de 64 milhões de litros de biodiesel anualmente em sua usina em Ji-Paraná, no Estado de Rondônia.
Por ano, a empresa captura mais de 421 mil toneladas de carbono com o seu plantio, que possui mais de 10 milhões de árvores de palma de óleo plantadas na região amazônica. Os investimentos em ativos sustentáveis já estão na casa dos R$ 2,1 bilhões. As atividades da empresa se estendem por cinco Estados: Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.
A missão é desenvolver a Amazônia
Milton Steagall, CEO e fundador da companhia, explica que a empresa foi criada pensando no desenvolvimento da região amazônica.
“Falamos muito da Amazônia e que ela ocupa 45% do território nacional, mas muito pouca gente fala sobre a forma como podemos incluir dentro do processo de desenvolvimento do Brasil as mais de 30 milhões de pessoas que vivem na região amazônica”, explicou Steagall. “A BBF identificou a possibilidade de substituir a energia gerada no local por meio de óleo diesel por biocombustíveis a partir da palma de óleo, com uma cadeia produtiva que ajuda a recuperar áreas degradadas da Floresta Amazônica.”
Ele entende que o grande desafio na Amazônia é criar um sistema virtuoso que gere desenvolvimento local sem obrigar o Estado a fazer grandes investimentos para que a produção chegue aos centros consumidores. Steagall desenhou um modelo produtivo que segue em expansão por toda a região Norte.
Até 2026, a BBF vai adicionar 120 mil hectares de área cultivada com palma de óleo a seus novos negócios. O novo plantio permitirá a produção de mais de 500 milhões de litros por ano de dois inéditos biocombustíveis: o Diesel Verde (HVO) e o Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
Para a produção dos inéditos biocombustíveis, a BBF construirá a primeira biorrefinaria do Brasil na Zona Franca de Manaus (AM). A implantação do projeto envolve R$ 2,2 bilhões em investimentos. Em 2027, a companhia deve chegar a 20 mil empregos diretos e 100 mil indiretos, estima o CEO.
Tanto o HVO quanto o SAF são drop in. Ou seja: o uso deles não exige adaptações nos motores, nem a necessidade de mistura, ao contrário do biodiesel produzido atualmente. Isso permite a substituição dos combustíveis fósseis de forma mais imediata.
A utilização dos inéditos biocombustíveis pode gerar uma redução das emissões de gases do efeito estufa de 50 a 90%, em relação ao diesel e ao querosene de aviação. Sozinho, o diesel verde já causa um grande efeito para solucionar o desafio da redução de poluentes. Seu uso diminui em até 90% as emissões de gases do efeito estufa em relação ao diesel fóssil.
O “pré-sal verde”
Como o Brasil possui dimensões continentais, e a Floresta Amazônica é gigantesca, a área determinada pelo Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo para a produção equivale a um “pré-sal verde”, segundo Steagall. Ao todo, são mais de 31 milhões de hectares de terras na região amazônica que estão degradadas e podem abrigar o cultivo de palma e ser recuperadas.
O plantio feito pela BBF no Brasil utiliza uma espécie africana. Essa variação foi domesticada, ou seja: o homem conhece seu desenvolvimento o suficiente para otimizar o manejo da cultura e conseguir lidar com as consequências da atividade. Para que o cultivo ocorra de modo sustentável, o emprego de mão de obra é mandatório.
Assim, o manejo dessa cultura não mecanizada necessita de mais homens por hectare quando comparada ao cultivo de outras oleaginosas. Isso ocorre por não ser possível utilizar técnicas e equipamentos comuns a outras lavouras, como o uso intenso de maquinário agrícola em grandes áreas ou mesmo a pulverização com aviões.
Os biocombustíveis hoje
Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mostram que a indústria nacional de biodiesel, sozinha, movimentou R$ 10,5 bilhões em 2021. A quantia equivale a 2% da atividade agroindustrial brasileira.
Além disso, o setor contribuiu, indiretamente, para gerar um PIB de R$ 20,3 bilhões no período. O Cepea e a Abiove estimam que por volta de 20 mil trabalhadores estavam diretamente ocupados na atividade do biodiesel. Dos empregos diretos gerados, 97% eram com carteira de trabalho assinada, ao mesmo tempo em que a taxa de formalização na agroindústria em geral ficou em 86%.
Em média, o salário pago no setor de biocombustíveis chegou a R$ 2.408 ao mês. Cerca de 16% superior ao da média na agroindústria brasileira. Segundo os pesquisadores, os empregos bem remunerados são gerados fora dos grandes centros, contribuindo para o desenvolvimento do interior do país.
O benefício se torna ainda maior com a redução das emissões. O biodiesel evitou, somente em 2021, a emissão de quase 13 milhões de toneladas de gases do efeito estufa, de acordo com um relatório da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio).
O futuro dos biocombustíveis
A nova biorrefinaria da BBF para produção dos inéditos biocombustíveis HVO e SAF irá agregar valor para toda a cadeia, aumentando a eficiência logística e beneficiando todo o mercado, principalmente para as empresas e organizações do segmento de transporte. Além disso, esta será a primeira produção no Brasil de biocombustível para a aviação em escala industrial, com oportunidade também de geração de créditos de carbono.
O projeto segue a essência de verticalização agrícola da BBF, operando desde o plantio da palma em áreas degradadas e a produção do óleo vegetal, até o desenvolvimento biocombustíveis. A partir de 2025, a produção dos inéditos biocombustíveis em território brasileiro visa ainda contribuir para aumentar a oferta por biocombustíveis, numa progressiva redução do consumo de combustíveis fósseis.
“A BBF tem atuado na descarbonização da Amazônia, concentrando suas atividades no Norte do país e, ao mesmo tempo, gerando emprego e renda. Nosso modelo de negócio demonstra que a própria região nos oferece as soluções sustentáveis para substituir os combustíveis fósseis”, conclui Steagall, CEO da BBF.
CREDITOS: REVISTA OESTE