Após o Ministério da Saúde anunciar o fim da Emergência de Covid-19, o governo do Acre estuda novas medidas de flexibilização no estado. Uma dessas medidas é decretar o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados.
No estado, o uso da proteção é opcional em locais abertos e obrigatórios em locais fechados.
A decisão levará em conta também a redução no número de casos de Covid e também o avanço de algumas regionais para a bandeira verde. A informação foi divulgada nesta terça-feira (19) pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre). A pasta informou também que um decreto deve ser publicado nos próximos dias com a mudança.
“A gente vê os números diminuindo significativamente. Vimos que a vacinação surtiu efeito e esperamos que continue assim. Por isso, estamos estudando a possibilidade da liberação da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados”, destacou a secretária de Saúde do Acre, Paula Mariano.
A secretária-adjunta da Sesacre, Adriana Lobão, disse que o Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 também tem o mesmo entendimento pela flexibilização e agora a Casa Civil discute a demanda. A decisão deve ser tomada até o fim desta semana.
“Em ambientes abertos já podemos ficar sem máscara, mas em ambientes fechados ainda não. Com esse novo decreto, vamos começar a deixar de usar máscaras após dois anos. Temos que manter os cuidados, caso alguém esteja com algum sintoma [de Covid] deve evitar aglomerações e aqueles cuidados que temos”, frisou.
O anúncio do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que há “condições” no Brasil para anunciar o fim da Espin [Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional] e a previsão é que nos próximos dias seja “editado um ato normativo” com as regras para essa medida.
A portaria do governo que estabeleceu a Espin foi publicada em fevereiro de 2020, poucos dias depois de a OMS declarar emergência internacional de saúde pública, permitindo que os governos federal, estaduais e municipais tomassem uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras e a autorização emergencial para vacinas. Na segunda (18), o ministro explicou a decisão em uma coletiva de imprensa.
Uso de máscaras no Acre
No dia 8 de março, o governo havia informado que, com o fim do último decreto que estabelecia o dia 15 de janeiro deste ano como data limite da recomendação, o uso de máscara não era mais obrigatório no estado. Apesar disso, recomendou o uso da proteção em locais fechados e com aglomeração.
Já no dia 16 do mesmo mês, por recomendação do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, o governador Gladson Cameli voltou atrás e decidiu manter a medida preventiva contra a Covid-19.
A determinação trouxe novamente a obrigatoriedade do uso da proteção facial em locais fechados. De acordo com o governo, a medida considerou uma orientação apresentada pelo Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19.
Conforme o novo decreto, o uso da máscara passa a ser opcional em locais abertos. Mas, é obrigatório manter a boca e o nariz cobertos por máscara de proteção individual em:
- locais fechados e para permanência e circulação em espaços públicos e privados acessíveis ao público
- transportes públicos coletivos
- veículos de transporte remunerado privado individual de passageiros por aplicativo ou por meio de táxis
- ônibus, urbano e intermunicipal;
- estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos, estabelecimentos de ensino e demais locais fechados em que haja reunião de pessoas.
O uso de máscaras passou a ser obrigatório no Acre a partir de abril de 2020, quando o governador Gladson Cameloi prorrogou por mais 15 dias o decreto que suspendia as atividades comerciais não essenciais e o serviço público como medida ao novo coronavírus no Acre.
O Acre confirmou os primeiros três casos de Covid-19 no dia 17 de março. No dia, o governo determinou o fechamento de shoppings, bares, restaurantes, lanchonetes, cinemas, feiras, sorveterias, boates e diversos outros estabelecimentos do estado. A medida foi divulgada em uma edição extra do Diário Oficial do Acre (DOE) como prevenção ao novo coronavírus.
Em dezembro de 2021, o decreto foi prorrogado até o dia 15 de janeiro desse ano. Na época, a informação foi publicada no site oficial do governo, que informou que o gestor seguiu a recomendação técnica enviada pelo Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19.
Bandeira Amarela
No dia 1º de abril, as regionais do Baixo Acre, Alto Acre e Purus avançaram para a bandeira verde, que representa cuidado, na avaliação do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19. Já as regionais Juruá e Tarauacá/Envira permaneceram em bandeira amarela, que é de atenção.
Os dados foram divulgados pelo governo do Acre e representava o período de avaliação do dia 13 a 26 de março.
Regiões
- Alto Acre: Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri – faixa verde;
- Baixo Acre e Purus: Acrelândia, Bujari, Capixaba, Jordão, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Senador Guiomard – faixa verde;
- Vale do Juruá e Tarauacá/Envira: Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves e Tarauacá – faixa amarela.
Vacinação e casos de Covid no Acre
De acordo com informações do portal de transparência do governo, o Acre já recebeu 1.015.363 doses de vacinas e foram aplicadas 1.369.776doses na população até esta segunda (18). Das doses, 643.732 pessoas tomaram a primeira dose, 517.983 a segunda, 12.739 a dose única e 177.464 dose de reforço.
O Acre registrou 83 novos casos de Covid-19 nesta terça-feira (19). Os dados são do boletim da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre). Desta forma, o número de infectados saiu de 124.471 para 124.500 em todo o estado. No total 1.996 pessoas perderam a vida vítimas da doença.
Seis exames de RT-PCR seguem à espera de análise do Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen).
A taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado subiu para 10%, de acordo com o guia de monitoramento de leitos onde ainda há a informação de que o estado tem 30 leitos de UTI para pacientes Covid-19: 20 leitos em Rio Branco e 10 em Cruzeiro do Sul. Há duas pessoas internadas no Juruá.
Como o Into encerrou os atendimentos para casos da doença, a Saúde informou que os casos de Covid-19 serão atendidos em outras unidades da rede pública de Saúde.
Com informações do Portal G1.