Em Brasiléia, são mais de 8,2 mil pessoas atingidas, sendo 380 desabrigadas e em Xapuri, quatro bairros estão atingidos e 89 moradores estão em abrigos.
A enchente do Rio Acre afeta as cidades do Alto Acre e centenas de moradores estão desabrigados. Segundo dados das Defesas Civis das cidades de Brasiléia e Xapuri, são mais de 400 pessoas que precisaram deixar suas casas e estão em abrigos montados em escolas e centros culturais.
Em Brasiléia, o nível do Rio Acre segue em alta e amanheceu com 13,41 metros nesta terça-feira (28), são mais de três metros acima da cota de transbordo, que é de 11,4 metros.
Conforme os dados mais atualizadas, a cidade tem 2.840 famílias, ou seja, 8,2 mil pessoas atingidas pela enchente do manancial. Oito bairros estão atingidos, que são:
- Marcos Galvão I
- José Brahúna
- Centro
- Leonardo Barbosa
- Samaúma
- Eldorado
- 28 de Maio
- Três Botequins
Ao todo, 98 famílias com 386 pessoas estão desabrigadas e mais de 2,1 mil famílias com 7,5 mil pessoas estão desalojadas, ou seja, foram para casas de parentes e amigos.
Por conta da enchente, a ponte que liga Brasiléia e Epitaciolândia foi parcialmente interditada nessa segunda-feira (27) e, segundo a Defesa Civil da cidade de Brasiléia, só transitam veículos altos empenhados nas respostas ao desastre.
O Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) suspendeu nessa segunda o expediente nas unidades jurisdicionais da Comarca de Brasiléia e o serviço jurisdicional na localidade funciona permanentemente em regime de plantão.
Cheia em Xapuri
Na cidade de Xapuri, o Rio Acre subiu quase dois metros em 24h. Segundo dados da Defesa Civil do município, o manancial marcou 14,83 metros, sendo que a cota de transbordo é de 13,40 metros.
Quatro bairros estão atingidos pela enchente, entre eles:
- Centro
- Bolívia
- Polo Jequiá
- Sibéria
Ao todo, 26 famílias estão desabrigadas, com um total de 89 pessoas. Além disso, 132 famílias com 396 pessoas estão desalojadas.
A cidade tem um abrigo que funciona no Centro da Juventude.
Por conta do risco de alagamento na OCA Xapuri, o atendimento na unidade foi suspenso a partir desta terça-feira (28) por tempo indeterminado.
A prefeitura de Xapuri, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e comitê da Defesa Civil retiraram, nessa segunda-feira (27), retiraram cinco idosos da Casa Lar por conta do risco de alagamento no local. A sede fica na rua Plácido de Castro, no bairro Braga Sobrinho, uma das regiões que são afetadas durante cheia do rio Acre na cidade.
“Com a água subindo na cabeceira da ponte, dificultando o acesso de veículos ao bairro, o rio também começa a se aproximar pelo fundo do terreno, o que também preocupa as autoridades”, informou a prefeitura em publicação nas redes sociais.
Os idosos foram levados, com apoio do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, para a Escola Alcimar Nunes Leitão, que foi recém-inaugurada.
Hospital de Xapuri
Em relação ao Hospital Epaminondas Jácome, que fica bem às margens do Rio Acre, em Xapuri, a direção da unidade informou que, por precaução, o gerador do hospital foi retirado, além dos motores das lavadoras e secadoras de roupa que ficam na parte baixa onde a água pode chegar primeiro.
Além disso, cinco pacientes que não precisavam de cuidado médico urgente e poderiam ser cuidados em casa foram levados para casa.
Todos os outros pacientes que precisam de cuidados específicos ou uso de aparelhos do hospital permanecem internados na unidade. A direção não soube informar quantos pacientes ainda estão na unidade.
Situação em Epitaciolândia
Em Epitaciolândia, a Defesa Civil Municipal já considera a terceira maior cheia do município. São 300 famílias desabrigadas, cerca de mil pessoas. Ao todo, seis bairros estão atingidos pela alagação.
Enchente na capital
Segundo Dados da Defesa Civil Municipal, o Rio Acre em Rio Branco amanheceu nesta terça-feira (28) com 16,84 metros e está com 2,84 metros acima da cota de transbordo, que é de 14 metros.
O manancial segue em alta e já atinge mais de 38 mil moradores da capital acreana. Mais de 2 mil pessoas estão desabrigadas e a estimativa é de que o número de desalojados esteja acima de 3,8 mil pessoas.
Nas últimas 24 horas, choveu 16,3 milímetros em Rio Branco. Desde quinta, quando as chuvas intensas começaram a atingir a capital, já são mais de 276 milímetros, mais do que o total esperado para todo o mês de março, que era de 270,1 mm.
Os estragos deixados pela chuva foram muitos. Pelos menos 36 bairros atingidos, vários pontos de alagamento, rompimento de trecho na BR-364 estão entre os prejuízos. Além disso, 15 comunidades rurais estão atingidas, com 3,8 mil pessoas de 963 famílias.
Rio Branco tem 34 abrigos em escolas e no Parque de Exposições Wildy Viana com famílias atingidas pela enchente do Rio Acre e enxurrada dos igarapés. Na manhã desta terça, somente no parque estão 105 famílias com 300 pessoas, além de cerca de 80 animais, entre cachorros e gatos.
Quatro municípios acreanos decretaram situação de emergência: Rio Branco, Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia. No sábado (25), o governo federal reconheceu a situação de emergência em Rio Branco por causa dos estragos causados pelas chuvas.
Por: G1/AC