De alagação o povo do Acre entende. Por isso, um médico acreano, também fez parte dos que se uniram à nação da solidariedade
O início de 2021 não foi fácil para o povo acreano. Dados da Defesa Civil do Estado acreano revelam que 70% da população sofreu direta ou indiretamente com uma das maiores alagações da história. Doze cidades ficaram em Estado de Calamidade Pública. E o final de 2021, mais precisamente no mês de dezembro, também não foi fácil para os moradores do sul da Bahia. Rios transbordando, animais mortos e desaparecidos, casas completamente inundadas, barragens rompidas, familiares perdidos. Foram muitas os danos, físico e materiais. Perdas irreparáveis para os habitantes prejudicados pela enchente do último mês de 2021, sendo considerada a pior em 35 anos.
Com base em dados recentes divulgados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), o número de vítimas ultrapassou 900 mil.
Movidos pela solidariedade, um grande número de voluntários, oriundos de cidades vizinhas e demais estados do país, optou por fazer a diferença na vida dos bahianos. Pessoas de diversas formações buscando ajudar no que fosse possível e, entre eles, estava o acreano Pedro Pascoal Zambon, Coordenador estadual do Samu, que partiu do Acre representando o governo do Estado.
Pedro, de 31 anos, é instrutor de cursos pela força nacional do SUS – programa do Ministerio da Saúde (MS) que orienta as regionais em como agirem diante às catástrofes – e esteve auxiliando no levantamento de diagnóstico de rede, Assistência in loco
Resgate e Transporte Aeromédico nos municípios de Ilhéus, Jiquiriçá, Itabuna, Dário Meira e na Aldeia indígena pataxó, Coaraci.
O acreano passou um período de 13 dias atuando como voluntário, de 29 de dezembro do ano passado a 10 de janeiro de 2022, e garante em entrevista exclusiva ao ZeroHoraAc que valor financeiro nenhum paga uma experiência como a que viveu.
“Foi um ensinamento para toda a vida. As pessoas perderam tudo, mas não vi ninguém reclamando de nada. Sabe aquela história de dividir seu único pão? Era assim.
Onde você acha que não tem esperança, é ali que se encontra a solidariedade e a união da população. Eles se uniram, um pelo outro.” – declarou.
Para ajudar as vítimas atingidas pelos efeitos da enchente, procure pelos órgãos responsáveis por fazer as doações.
Com o exemplo do Pedro Pascoal, o Acre se revela para a gente como um exemplo de estado de acolhimento e solidariedade buscando sempre ajudar o próximo. O Coordenador estadual do Samu, é apenas um modelo forjado pelo estado com as suas lutas sociais e as próprias enchentes vivenciadas pela população. Afinal, como o próprio hino acreano diz: “Invencíveis e grandes na guerra/Imitemos o exemplo sem par/Do amplo rio que brilha com a terra/Vence-a e entra brigando com o mar […] Lutaremos com a mesma energia/Sem recuar, sem cair, sem temer […]”.