Os resultados indicaram que os piores índices de contaminação foram encontrados em Roraima
Um estudo divulgado pela Fiocruz revelou que pelo menos 21,3% dos peixes vendidos nos principais centros urbanos da região amazônica estão contidos em níveis de produção acima do limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 0,5 mg/ g. Essa contaminação é uma consequência direta da atividade garimpeira, onde a mercadoria é amplamente utilizada, e acaba afetando a população local, que depende da pescado como principal fonte de proteína.
O levantamento foi realizado em todos os seis estados da Região Amazônica – Roraima, Rondônia, Acre, Pará, Amazonas e Amapá – durante o período de março de 2021 a setembro de 2022. Pesquisadores da Fiocruz, em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), o Greenpeace Brasil, o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) e o WWF-Brasil, visitaram mercados e feiras em 17 cidades, avaliando um total de 1.010 exemplares de peixes, pertencentes a 80 espécies diferentes. No entanto, as espécies específicas de testes não foram divulgadas.
Os resultados indicaram que os piores índices de contaminação foram encontrados em Roraima, onde 40% dos peixes apresentaram níveis de comercialização acima do limite aceitável, seguidos pelo Acre, com 35,9% dos peixes contaminados. Por outro lado, o Amapá registrou o menor índice de contaminação, com 11,4%.
Ao analisar os dados por cidade, foi constatado que em Rio Branco, capital do Acre, a ingestão de mercadoria ultrapassou em até 31,5 vezes a dose de referência indicada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), que é de 0 ,1 mg/kg/dia. Mulheres em idade fértil estariam consumindo até nove vezes mais mercadoria do que o considerado seguro.
Questionado sobre o assunto, o Ministério do Meio Ambiente informou, por meio de nota, que o número de autos de infração na Amazônia nos primeiros quatro meses da atual gestão aumentou 198% em relação à média para o mesmo período nos quatro anos anteriores, e as apreensões tiveram um aumento de 124%.
Esses resultados alarmantes evidenciam a urgência de ações para combater a contaminação por mercadorias na região amazônica, protegendo a saúde da população local e preservando o ecossistema amazônico, que desempenham um papel fundamental na biodiversidade global.
Por: JH Notícias