Toalhas minúsculas e pão velho eram um incômodo, mas para o ex-chefe da FTX, a prisão nas Bahamas foi insuportável porque ele estava offline
Por 31 dias, a partir de 11 de novembro, Sam Bankman-Fried, ex-bilionário, CEO caído em desgraça e fundador da FTX – até recentemente a segunda maior exchange de criptomoedas do mundo –, viveu sozinho em sua gaiola dourada: uma casa de 3.657 metros quadrados e seis quartos, suíte de cobertura com vista para o mar na comunidade exclusiva de Albany, nas Bahamas.
Como paparazzi e repórteres estavam acampados do lado de fora, Bankman-Fried mal saía do local e passava a maior parte do tempo online, twittando, conversando com jornalistas e advogados, enquanto jogava simultaneamente um jogo de batalha de fantasia com feitiços chamado Storybook Brawl. De acordo com Bankman-Fried, jogar o jogo online (que a FTX adquiriu em março passado) enquanto cuida de outras tarefas importantes o ajudou a manter sua sanidade.
Tudo isso mudou na segunda-feira, 12 de dezembro.
Enquanto finalizava o depoimento para uma aparição em vídeo agendada perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, apenas algumas horas após dar à Forbes o que seria sua última entrevista oficial, Bankman-Fried recebeu um telefonema urgente. Era de seu advogado em Nova York, transmitindo uma mensagem do FBI de que a polícia das Bahamas estava a caminho para prender o ex-astro do rock da indústria criptográfica.
O FBI apresentou uma escolha: Sam Bankman-Fried poderia esperar para ser preso ou poderia concordar com a extradição para os EUA sob “algum tipo de condição de fiança”, de acordo com uma fonte familiarizada com os eventos do dia. Se ele escolhesse o último, o FBI prometeu pegá-lo antes que a polícia das Bahamas e colocá-lo a bordo de um avião particular rumo ao norte naquela noite.
Créditos: FORBES