No Sul do Brasil crescem as evidências de que as estiagens mais prolongadas e rios secando têm origem no desmatamento amazônico, o que torna necessária uma força-tarefa nacional para enfrentar as interações climáticas negativas que também resultam em deslizamentos de terras e fenômenos correlatos.
Como se isso não bastasse, recente edição da revista Nature Climate Change conta que o desmatamento na Amazônia também está influenciando o clima no Tibete, a mais de 15 mil quilômetros de distância. Esse dado surpreendente, além de internacionalizar o desmatamento no Brasil para uma dimensão transcontinental, vem reforçar a teoria da bifurcação de Hopf aplicada em aspectos ambientais. Quanto mais se estuda a ocorrência de fenômenos extremos na atmosfera, mais as relações entre crimes ambientais e complicações climáticas se mostram consequências da prevaricação, da sabotagem e da atemorizante cumplicidade entre agentes públicos e piratas.
Mesmo tendo muitos esqueletos no armário provenientes de erros no passado, o governo Lula 3 precisa ir além de reforçar os compromissos do Estado brasileiro com o mundo no sentido de zerar o desmatamento ilegal e tornar acessível ao bolso a noção de que é possível triplicar a produção agropecuária sem derrubar uma só árvore. Todos já sabem que isso é possível, mas o dinheiro da preservação precisa chegar já às contas dos povos da floresta.
A comemoração
Os prefeitos brasileiros estão comemorando a decisão do ministro Ricardo Lewandowiski do Supremo Tribunal Federal-STF que suspendeu a medida normativa do Tribunal de Contas da União-TCU que determinava a utilização dos dados populacionais do censo demográfico de 2022 – que ainda não foi concluído – para efeito de distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios-FPM. Era uma luta da Confederação Nacional de Municípios-CNM e em termos de Rondônia da Associação Rondoniense de Municípios-AROM que brigavam contra os critérios adotados pelo TCU. Agora, valem os dados de 2018 e ninguém perde nada.
Em Rondônia
No Estado de Rondônia eram 24 municípios prejudicados no rateio do FPM por conta de um censo demográfico que ainda não foi concluído e que ameaça entrar em fevereiro para seu término. Pequenos e médios municípios têm extrema dependência dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios para sobreviverem ainda mais com o novo reajuste concedido pelo governo Lula aos professores cuja medida tem causado revolta do municipalismo já que as entidades de classe afirmam que a maioria das municipalidades não está em condição de pagar o novo piso para a educação.
A recondução
O PDT é um dos partidos da base aliada do presidente Luís Inácio Lula da Silva alinhados ao projeto de reeleição ao presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No próximo dia 1º quando da posse dos senadores para a próxima legislatura Pacheco deverá enfrentar a concorrência do senador bolsonarista Rogério Marinho, do PL, que pretende reunir o apoio de partidos que foram da base do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, boa parte do PP e do União Brasil já está somando forças com Rodrigo Pacheco que lidera uma legenda mais próxima da base aliada do atual governo federal.
Cargos federais
No exercício de mandato de senador, o suplente Samuel Araújo (PSD-Porto Velho) poderá ficar um ano no cargo e já tem a primazia de indicar cargos federais do partido em vista da aliança do seu partido com a base de sustentação do presidente Luís Inácio Lula da Silva. No pacote do acordo, o Senado fica com um senador bolsonarista a menos –que é Marcos Rogério – e o compromisso de votar em Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a sua reeleição à presidência do Senado num embate que será travado dia 1º de fevereiro com o senador Rogério Marinho
Asas crescidas
A grande verdade é que Samuel Araújo que assumiu a cadeira de Marcos Rogerio está de asas crescidas e já negocia a ampliação da licença do titular. Com o poder nas mãos, Araújo terá o comando do PSD em Rondônia, chutando os Expeditos para cargos inferiores, indicando importantes cargos federais para seus apaniguados em Brasília e em Rondônia. E como Samuel tirou do Congresso um tenaz bolsonarista e feroz opositor a Lula é tratado a pão de ló pelo novo governo. Coisas da política e Samuel até então um desconhecido vai decolando voos mais altos.
Gente de Opinião.